Brasileiros são selecionados para programa internacionalsobre jornalismo e primeira infância
Em parceria com a Fundação, o Dart Center for Journalism and Trauma promove a formação com jornalistas do mundo inteiro, entre 8 e 11 de março, em Nova York
Publicado em 22/02/2024 04:36, por Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal
AFundação Maria Cecilia Souto Vidigal e o Dart Center for Journalism and Traumaanunciam os jornalistas selecionados para a 4ª edição do“Global Institute for Reporting on Early Childhood and Caregivers”. Ao todo, 30 jornalistas de 17 países, incluindo setebrasileiros, serão reunidos para quatro dias de painéis, oficinas e conversas sobre o desenvolvimento da primeira infância e reportagens éticas e inovadoras sobre as crianças de 0 a 6 anos e seus cuidadores. A formação será realizada de 8 a 11 de março, na Columbia Journalism School, na cidade de Nova York, nos Estados Unidos.
Entre os palestrantes e mentores do programa, há pesquisadores, clínicos e especialistas internacionalmente reconhecidos em desenvolvimento infantil, como Alison Gopnik, professora de Psicologia e professora afiliada de Filosofia na University of California, Berkeley; Charles Nelson III, professor de Pediatria na Harvard Medical School; Brenda Jones Harden, professora de Serviço Social na Columbia University; e Catherine Monk, professora de Psicologia Médica na Columbia University.
“A Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal defende o princípio básico de que investir na primeira infância é um investimento para toda a sociedade. Acreditamos que uma imprensa sensível vai ativar essa discussão na sociedade, fazendo com que diferentes setores sociais exijam dos gestores as melhores políticas públicas para as crianças e suas famílias,” afirma Mariana Luz, da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.
“Em todo o mundo, este é um momento difícil para crianças pequenas e seus cuidadores. A adversidade crescente na primeira infância – seja por meio de guerra, conflito civil, desigualdade econômica, violência, pandemia ou desastres ambientais – tem impacto ao longo da vida. Os jornalistas selecionados para este instituto receberão ferramentas para iluminar essas questões críticas, utilizando a ciência e políticas embasadas em evidências para produzir reportagens que façam diferença em suas regiões e ao redor do mundo,” complementa Bruce Shapiro, diretor executivo do Dart Center.
Este projeto de reportagem é o mais recente programa da Dart Center’s Early Childhood Journalism Initiative, lançado em 2017 para incentivar a reportagem centrada em crianças na primeira infância, respaldada pela ciência, que também analisa a saúde mental e o bem-estar dos cuidadores. Apoiada pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (Brasil), Van Leer Foundation (Holanda) e The Two Lilies Fund (Estados Unidos), a iniciativa já treinou e apoiou mais de 200 jornalistas de quase 50 países.
Por meio de iniciativas como esta, a Fundação reafirma seu compromisso com o incentivo à produção de conteúdo qualificado sobre a primeira infância. A Fundação acredita que ações de fomento não apenas sustentam o presente, mas colaboram para o futuro do jornalismo comprometido. Clique aqui para saber mais sobre o programa.
Abaixo, conheça os jornalistas brasileiros selecionados.
Nathália Braga (Brasil): Jornalista que atuou como apresentadora e repórter no canal de TV MultiRio e The Intercept Brazil. Co-fundadora da plataforma Influência Negra, que apoia criadores negros brasileiros, e apresentadora de seu podcast homônimo. Palestrante do TEDx (“Your Body Can’t Handle Any More Bad News”). Nathália é uma parceira da comunidade “Youtube Black Voices”, do “LinkedIn Top Voice” e é premiada nacionalmente pelo seu papel na imprensa e seu interesse em direitos humanos, educação, tecnologia e questões de gênero.
Joanna Cataldo: Repórter e assistente de editora de longa data para diversas mídias digitais e impressas no Brasil, como R7/Estrelando, Revista Claudia e Jornal Joca. Nos últimos seis anos, concentrou-se em escrever sobre crianças – seu desenvolvimento, questões, comportamento e estilo de vida.
Sara Rebeca de Carvalho: Jornalista com mais de 20 anos de experiência em jornalismo impresso e digital, especialmente na cobertura de infância e educação. Fundadora do Vida Ciranda, uma plataforma de jornalismo digital especializada em educação e infância. Atualmente, ela escreve a Cidade Educativa, coluna n’O Povo, tratando da relação entre infância, cidade, escola e educação.
Alice Martins Morais: Jornalista freelancer especializada em comunicação científica. Membro recente do programa Green Hydrogen Challenges da Climate Tracker Latin America e fez parte como réporter do projeto Liberal Amazon. Em 2022, recebeu a bolsa Covering Rare Diseases 2022 da National Press Foundation. Sua proposta de reportagem foi uma das cinco vencedoras em todo o país na terceira edição da Chamada de Propostas de Comunicação Ambiental Conexão Oceano (2023), para cobrir o papel do Brasil nos compromissos globais relacionados ao oceano.
Daniel Motta: Jornalista que vive em São Paulo, Brasil, com 12 anos de experiência em jornalismo impresso, online, rádio e televisão. Seu jornalismo investigativo foi honrado com mais de 16 prêmios nacionais e internacionais, incluindo o prêmio Rei da Espanha. Os temas que ele aborda incluem tráfico de drogas, trabalho escravo e infantil, meio ambiente, direitos humanos e preconceito contra povos indígenas. Atualmente, ele trabalha na TV Cultura, cobrindo assuntos relacionados à educação pública na cidade de São Paulo.
Luciana Garbin Santos: Jornalista com 25 anos de experiência em mídia impressa e digital, atualmente trabalhando como editora executiva e colunista no O Estado de S. Paulo (o maior jornal nacional do Brasil) e Eldorado Radio. Ministra aulas de Jornalismo na Fundação Armando Alvaro Penteado (FAAP), onde também coordena o Laboratório de Jornalismo (LabJor). Ela iniciou sua carreira cobrindo a infância e dedicou parte de seu trabalho no O Estado de S. Paulo à cobertura de políticas sociais públicas.
Luiza Tenente: Repórter de educação para o G1, o portal de notícias da Globo TV, a maior empresa de mídia do Brasil. Diretora, produtora e roteirista do documentário “Tô aqui, meu irmão”, que explora as experiências dos irmãos de pessoas com deficiência. Ela foi premiada com dois Prêmios de Jornalismo do Inep (2017 e 2018), o Prêmio de Jornalismo da Andifes (2021) e o Prêmio Especialistas (2023) em jornalismo educacional.
Liderança do Instituto
Fábio Takahashi é o diretor da Bolsa de Jornalismo em Primeira Infância do Brasil do Dart Center. Ele é ex-editor do jornal Folha de S. Paulo, onde comandou a mesa de jornalismo de dados. Takahashi trabalhou anteriormente como repórter de educação na Folha de 2003 a 2016, e ajudou a criar o Ranking Universitário da Folha, a avaliação mais abrangente do Brasil para instituições de ensino superior. Takahashi foi bolsista Spencer na Universidade de Columbia em 2016-2017.
Ele é também o fundador e atual presidente da Jeduca (a primeira associação de repórteres de educação do Brasil), lançada em 2016. Em 2013, foi o primeiro jornalista a participar do Programa Executivo de Liderança em Desenvolvimento Infantil, um curso rápido na Universidade Harvard. Atualmente, trabalha como gerente de conteúdo de RP na Loft.
Irene Caselli lidera a Iniciativa de Jornalismo em Primeira Infância do Dart Center, bem como sua Bolsa de Jornalismo em Primeira Infância da América Latina. Também desempenhou o papel de orientadora de narrativas para os programas de bolsas Global, Brasil e América Latina
Irene é uma repórter multimídia e escritora, com duas décadas de experiência em rádio, TV e impresso, agora focando em primeira infância, direitos reprodutivos e cuidadores. Por uma década, foi correspondente estrangeira na América Latina, escrevendo para a BBC, The Washington Post, The Guardian, The New York Times, entre outros. Em 2019, começou a cobrir a primeira infância para The Correspondent. Em janeiro de 2021, lançou sua própria newsletter, The First 1,000 Days, onde continua sua escrita sobre os primeiros 1.000 dias, o período fundamental de nossas vidas frequentemente negligenciado. Esse trabalho é influenciado, em parte, por sua experiência como mãe de Lorenzo e León.
Ela publicou um capítulo em “Unbias the News”, um livro sobre como tornar o jornalismo mais diversificado. Produziu um documentário sobre futebol feminino e desigualdade de gênero, e um de seus curtas sobre o mesmo tema recebeu um prêmio de jornalismo colaborativo. Caselli recebeu bolsas da International Women’s Media Foundation, do European Journalism Centre e da Solutions Journalism Network. Fala seis idiomas (inglês, italiano, espanhol, alemão, francês, português) e agora está aprendendo grego.
Karen Brown é a diretora da Bolsa Global de Jornalismo em Primeira Infância. Ela é uma repórter de rádio e jornal, ensaísta e criadora de audiodocumentários com foco especial em saúde, trauma e saúde mental. Além de 25 anos de reportagem para a New England Public Radio, Karen contribuiu para a NPR, The New York Times, The Boston Globe, American Radioworks e outras mídias. Seu foco recente tem sido treinar outros jornalistas, incluindo consultoria para workshops do Dart Center sobre Desenvolvimento Infantil e atuação como mentora/sênior fellow para o programa de treinamento do USC Center for Health Journalism.
Seus projetos de reportagem exploraram a biologia da resiliência, comunidades informadas sobre trauma, transtorno bipolar em crianças e tratamento para vício. Em 2019, co-produziu o podcast “The Great God of Depression” para a Radiotopia da PRX. Seus prêmios incluem o National Edward R. Murrow Award, o Daniel Schorr Journalism Prize, o Erikson Prize for Mental Health Media e o Dart Award for Excellence in Coverage of Trauma (Menção Honrosa). Foi bolsista de jornalismo científico MIT-Knight e bolsista de jornalismo de saúde mental Rosalynn Carter. Saiba mais em karenbrownreports.org.