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Impactos do saneamento básico: 7,2 milhões de crianças brasileiras na primeira infância vivem sem acesso ao esgoto

Ausência de saneamento básico ameaça o desenvolvimento de crianças de 0 a 6 anos, ampliando a exposição a doenças e impactando seu bem-estar

Publicado em 17/02/2025 08:32, por Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal

Falta de infraestrutura adequada também compromete a segurança e a proteção de crianças, deixando-as vulneráveis a riscos ambientaisCrédito: Júlio César Almeida / Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal

No Brasil, 7,2 milhões de crianças de 0 a 6 anos vivem sem acesso à rede de esgoto, o que representa 35% da população na primeira infância. Além disso, 618 mil crianças nessa faixa etária (3%) não têm acesso à água canalizada. Os dados são da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A falta de saneamento básico expõe essas crianças a um ambiente insalubre, aumentando os riscos de doenças, o que pode comprometer sua saúde, bem-estar e perpetuar ciclos de pobreza. Sem acesso ao básico, elas ficam mais vulneráveis a infecções, verminoses, gastroenterites, desidratação, hepatite A e doenças respiratórias, além de impactos no desenvolvimento cognitivo e emocional.

618 mil crianças brasileiras na primeira infância não possuem acesso à água canalizada.
Crédito: Júlio César Almeida / Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal

Os efeitos desse problema vão além da saúde física. Dados do Instituto Trata Brasil apontam que 4 em cada 10 crianças na primeira infância deixam de frequentar atividades sociais, como creches e pré-escolas, devido a problemas causados pela falta de saneamento básico. Além disso, cerca de 300 mil crianças são internadas anualmente no país por doenças relacionadas à precariedade do acesso à água tratada e esgoto. 

O problema se estende aos cuidadores, que, adoecendo com mais frequência, enfrentam dificuldades para oferecer interações e cuidados responsivos essenciais ao desenvolvimento infantil.

Desigualdade no acesso ao saneamento básico

A ausência de infraestrutura básica afeta as crianças de forma desigual. Entre aquelas sem acesso à água canalizada, 81% são negras e 61% vivem no Nordeste. A disparidade também é evidente na falta de esgoto e coleta de lixo: 64% das crianças sem rede de esgoto são negras, assim como 72% daquelas sem acesso à coleta de lixo. Regionalmente, 42% das crianças sem esgoto e 52% sem coleta de lixo vivem no Nordeste.

Para mudar essa realidade e garantir que todas as crianças possam brincar, aprender e crescer com dignidade, é essencial avançar na implementação de políticas públicas de saneamento. O Novo Marco Legal do Saneamento Básico prevê que, até 2033, todas as localidades brasileiras ofereçam 99% de cobertura de água potável e 90% de coleta e tratamento de esgoto, uma meta fundamental para assegurar um presente e um futuro mais saudável e justo para milhões de crianças.

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