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Mantra de que pessoas são diferencial precisa ser provado na crise

Sabemos que mulheres são responsáveis pela casa e pelas crianças, situação que se agrava em tempos de home office.

Publicado em 30/04/2020 01:23, por Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal

As empresas, assim como a sociedade e os governos, vivem uma crise sem precedentes. Pela primeira vez, a ordem global é se recolher. A tentação de se concentrar no planejamento é grande. Mas esta é a hora de as companhias transformarem o mantra de que as pessoas são seu diferencial em demonstrações efetivas de cuidado.

Vivemos uma realidade comum: como equilibrar, sem rede de apoio, o trabalho e os cuidados com a casa, as crianças e consigo mesmos?

No mundo ideal, esse é um desafio que deveria ser enfrentado por todos. Na prática, sabemos que mulheres são responsáveis pela casa e pelas crianças.

Do ponto de vista da empresa, é tempo de assegurar direitos. No antigo normal, quando falávamos de empoderamento feminino, nos referíamos a igualdade de oportunidades e de salários.

Agora, os direitos devem ser reforçados com novo olhar. Apoiar a profissional e mãe é também saber que ela tem menos tempo para o trabalho. Tem de parar muito antes para preparar a refeição. E terá de interromper reuniões e mudar prazos porque crianças não têm relógio de ponto interior. Empoderar-se é lembrar a todos desses fatos sem se desculpar.

Ser flexível, ter agilidade e sensibilidade para mudar processos são características de resultado na pandemia. Países que respondem melhor à crise são os liderados por mulheres.

A lista de ações dessas líderes vai desde a velocidade de resposta à crise até atos como o de Erna Solberg, da Noruega, que convocou entrevista online para tirar dúvidas das crianças.

O que esse tipo de ação evidencia é algo que o mundo da gestão sabe há tempos: as mulheres combinam a flexibilidade para atender aos chamamentos de crise com o pulso, a agilidade, a coragem e a humildade que a gestão macro demanda, ao mesmo tempo que demonstram amor e sensibilidade aos dramas individuais. Essa conjunção de fatores faz toda a diferença.

Mariana Luz é CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal

Artigo publicado originalmente em 19/04/20, no jornal Folha de S.Paulo

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