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Uso de internet e posse de celulares crescem entre crianças na primeira infância

Em 2015, apenas 9% das crianças de 0 a 2 anos usavam a internet – índice chegou a 44% em 2024. Já entre as crianças de 3 a 5 anos, o uso da rede passou de 26% para 71% no mesmo período, segundo dados do Cetic.br

Publicado em 25/02/2025 12:03, por Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal

Texto alternativo: Uma criança pequena de cabelos cacheados e presos em um coque solto, vestindo uma blusa rosa, brinca ao ar livre. Ela segura um pequeno frasco de bolhas de sabão e parece concentrada ao tentar assoprar. Ao fundo, um carrinho de brinquedo azul com rodas rosas está encostado na parede, sugerindo um ambiente de brincadeira. O chão é de concreto, e a parede ao lado tem uma tonalidade azul desgastada.
Crianças de até 2 anos não devem ser expostas a telas, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (Foto: Júlio César Almeida / Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal)

O avanço da conectividade e a popularização dos dispositivos móveis estão transformando o cotidiano de crianças na primeira infância e levantam debates importantes sobre as implicações desse fenômeno para o desenvolvimento infantil. Dados do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), publicados em fevereiro de 2025, apontam um crescimento expressivo no uso da internet e na posse de celulares entre bebês e crianças pequenas

Em 2015, apenas 9% das crianças de 0 a 2 anos utilizavam internet, percentual que saltou para 44% em 2024. Entre as faixas etárias de 3 a 5 anos e 6 a 8 anos, o aumento também é notável: 26% e 41% dos pequenos utilizavam a rede em 2015, e esses índices subiram para 71% e 82%, respectivamente. 

Paralelamente, a posse de telefones celulares apresentou crescimento significativo. No início do período analisado, 3% dos bebês de 0 a 2 anos já tinham um aparelho próprio, número que alcançou 5% em 2024. Na faixa  de 3 a 5 anos, a posse passou de 6% para 20%. Entre as crianças de 6 a 8 anos, esse indicador dobrou de 18% para 36% no mesmo período.

Vale relembrar que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, crianças de até dois anos não devem ser expostas a telas. Para a faixa etária de 2 a 5 anos, recomenda-se limitar o uso a, no máximo, uma hora diária, sempre sob a supervisão de um responsável, garantindo que o conteúdo seja apropriado para a faixa etária.

Desigualdades no acesso à internet

Uma das características mais marcantes do acesso à internet no Brasil é como ele espelha as desigualdades sociais presentes no país. Em 2024, os dados mostram variações expressivas conforme a classe social: em domicílios das classes AB, 45% das crianças de 0 a 2 anos, 90% das de 3 a 5 anos e 97% das de 6 a 8 anos usam internet; na classe C, os índices foram de 47%, 77% e 88%, respectivamente; enquanto nas classes DE, os percentuais chegaram a 40%, 60% e 69% para as respectivas faixas etárias.

Mudança de hábitos nas famílias

Esses números refletem a ampliação do acesso à tecnologia nos lares brasileiros e apontam para uma mudança nos hábitos e nos comportamentos das famílias. Conforme revelado pela pesquisa, o uso da internet entre crianças na primeira infância está intimamente ligado à disponibilidade de dispositivos em casa e à crescente difusão dos planos de conectividade móvel

Por outro lado, o fenômeno levanta preocupações quanto ao desenvolvimento cognitivo, social e emocional das crianças. O uso excessivo e sem a devida mediação de adultos responsáveis pode reduzir o tempo destinado às brincadeiras livres e à interação pessoal – elementos fundamentais para o desenvolvimento integral. 

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